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O PSD anunciou, esta quinta-feira, que quer ouvir “com extrema urgência” o ministro da Defesa no Parlamento sobre a omissão de informação ao primeiro-ministro e ao Presidente da República relativamente ao caso que envolve militares portugueses no tráfico de diamantes na República Centro-Africana. E pondera mesmo que o próprio primeiro-ministro tenha que vir dar explicações à Comissão Permanente.
Em declarações aos jornalistas, o presidente do Grupo Parlamentar social-democrata, Adão Silva, apontou o dia 16 de novembro para a ida do ministro à Comissão de Defesa Nacional e disse esperar que o governante “não desrespeite o Parlamento”, como desrespeitou o chefe do Governo e o Presidente da República, que é também o Comandante Supremo das Forças Armadas.
Acusando o ministro da Defesa de ter um “comportamento errático, esdrúxulo, porque andou a comunicar matéria da maior importância a organismos externos - às Nações Unidas - e não comunicou àqueles que são os órgãos de soberania nacionais”, o líder da bancada social-democrata defende que existe “uma obrigação absoluta e incontornável” de explicar ao Parlamento e aos portugueses “aquilo que se passou e os erros que foram cometidos neste processo de comunicação, numa matéria tão importante e tão delicada”.
“Nós achamos que esta matéria é muito complexa, muito delicada, é uma matéria sobretudo que dá uma imagem muito negativa do Governo, que manifestamente está a desfazer-se cada dia que passa. E não é bom numa democracia que o governo se esteja a desfazer a olhos vistos dos cidadãos”, sublinhou.
Sem pedir, neste momento, a demissão do ministro, Adão Silva realça a “posição muito frágil e periclitante” do governante, que “tem feito muitas asneiras nos últimos tempos, verdadeiramente cada cavadela sua asneira. Depois desta que é flagrantíssima, intolerável, há aquela que teve a ver com a nomeação do Chefe de Estado-Maior da Armada e anteriormente aquele exercício de tentar esconder a derrapagem inaceitável nos custos do Hospital Militar”, enumerou o social-democrata.
Questionado sobre se o PSD pondera ouvir o primeiro-ministro sobre este caso, Adão Silva não descarta essa hipótese, lembrando que o PSD vai exigir que haja uma reunião da Comissão Permanente todas as semanas, desde o momento da dissolução da AR até ao início da campanha para as eleições legislativas, com a presença de membros do governo. “Ora o sr. primeiro-ministro é, por excelência, um membro do Governo, e portanto nada pode impedir que numa situação dramática, decorrente da vinda do sr. Ministro da Defesa à Comissão de Defesa, o sr. primeiro-ministro tenha que vir à Comissão Permanente. Pode vir e nós desejamos que assim seja, se for necessário. Vamos ver”, concluiu.