Rui Rio: a medida nuclear do programa do PSD é “o apoio à fusão das pequenas e médias empresas”

9 de junho de 2020
PSD

Convidado do “Jornal das 8” da TVI, esta segunda-feira, Rui Rio explicou “a linha estratégica” do plano de recuperação económica do PSD, em contraste com a proposta indefinida do Governo. “O nosso plano tem uma estratégia implícita e bem explicada, o do Governo não tem essa estratégia, dá ideia de que compilaram uma série de medidas”, afirmou, considerando que no caso do Executivo “não está desenhado o rumo”, há apenas medidas “avulsas”, “compiladas num documento”.

Rui Rio insiste que Portugal não conseguirá resolver os problemas de índole social sem uma intervenção focada na economia. Rui Rio diz que a medida nuclear do programa do PSD é “o apoio à fusão e aquisição de pequenas e médias empresas”, seja pela desburocratização seja pelos incentivos fiscais.

“Não noto no programa do Governo um tronco comum. Não partiram do princípio, onde querem chegar, que medidas para esses objetivos”, apontou.

Na opinião do líder do PSD, é ainda determinante aumentar o peso das exportações no PIB, em vez de apostar pela via do consumo, que iria agravar a balança de pagamentos. “Neste momento, a economia é tão aberta que se fazemos o aquecimento da economia não pelas exportações e pelo investimento, mas pelo consumo, vamos gerar um desequilíbrio da balança de pagamentos”, frisou.

Sobre o Orçamento Suplementar, Rui Rio clarifica que não vai fazer depender o voto do PSD “desta ou daquela medida”, mas da avaliação às propostas concretas do Orçamento. “Há linhas vermelhas, se não for um Orçamento Suplementar, mas venha com políticas económicas de fundo, com opções de investimento de fundo, já não é suplementar, é um orçamento novo, para 2020, mas acho que não é isso que vai acontecer”, referiu.

Num comentário à falta de coerência nos ajuntamentos públicos, como eventos artístico-culturais ou outros eventos políticos em perspetiva, Rui Rio assinala “não entender” os critérios desses ajuntamentos. “O que aconteceu no Campo Pequeno não faz sentido nenhum, não há coerência”, disse, a propósito de um espetáculo de humor que juntou mais de duas mil pessoas.

Na entrevista de 30 minutos, o Presidente do PSD reafirma que a TAP precisa de “um plano de negócios” para saber se tem viabilidade económica, isto é, para evitar que venha a ser um sorvedouro de dinheiros públicos, e defende uma solução que passa por “um aumento do capital social”, em que se os privados não conseguissem acompanhar o investimento do Estado, este passaria a ser maioritário.

Para o líder do PSD, o investimento público deve funcionar como “um complemento para potenciar o investimento privado”, com a ferrovia e a adaptação à bitola europeia a estarem na primeira linha das prioridades.