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No dia em que o PSD comemorava 46 anos, decorreu a primeira Assembleia Distrital do PSD de Lisboa, transmitida pelas redes sociais, esta quarta-feira. Rui Rio começou por recordar na primeira pessoa alguns momentos da fundação do PPD. “O PSD teve uma fase em que era um partido de centro esquerda”, apontou, lembrando a guerra que o PSD travou com o Partido Socialista, quando Sá Carneiro pretendia que o PSD se inscrevesse na Internacional Socialista, estrutura que abarcava a social-democracia e o socialismo. “Hoje, o PSD é assumidamente um partido do centro, moderado, equilibrado, onde cabem pessoas com uma tendência mais para a direita, do centro-direita, e outras mais para o centro esquerda”, frisou.
Rui Rio lembrou um episódio que presenciou. “Num comício, o PS traz ao Porto todos os líderes social-democratas, como o líder do SPD, o chanceler Willy Brandt, e o Dr. Salgado Zenha disse que o Dr. Francisco Sá Carneiro tudo faz para se sentar à mesa, acotovela à direita, acotovela à esquerda, não há espaço para ele, vai ter de sentar-se no chão. Eu achei isso uma grosseria”, contou.
O Presidente do PSD considerou que “a social-democracia venceu e todas as demais ideologias foram reduzidas a uma relativa insignificância”. Em 1974, a democracia representativa e a liberdade eram valores nem sempre partilhados por outros partidos, como o Partido Comunista, que “hoje não se atreve a não defender”.
Rui Rio referiu que a justiça social, a igualdade de oportunidades, a solidariedade, a defesa da livre iniciativa e a economia de mercado com intervenção moderada do Estado estão hoje presentes na sociedade, mas “na altura eram regras da social-democracia”. Dá-se a curiosidade, segundo Rui Rio, do “Dr. António Costa chegar a dizer que é social-democrata e até o Bloco de Esquerda já disse que é social-democrata”.
Outra marca do PSD, considerou Rui Rio, é o reformismo, ou seja, “o PSD nem era conservador nem revolucionário”.
No ADN do PSD está inscrita também a sua dimensão interclassista e a sua natureza de partido da classe média. “O PSD era o partido mais português de Portugal”, abrangendo profissionais liberais, professores, pequenos empresários, trabalhadores das pequenas e médias empresas, agricultores, comerciantes, reformados e estudantes.
“Foram esses os valores pelos quais Sá Carneiro se bateu”, sintetizou.
Em 1974/1975, Rui Rio recorda a “desorganização administrativa total” do PSD e faz um paralelo com o trabalho que está a ser feito no presente para melhorar essa componente, em que pretende “do ponto de vista organizacional “melhorar a dimensão administrativa e financeira do partido. Rui Rio revelou que, em breve, será lançado uma página da Internet nova, um “site” que funcionará como uma plataforma moderna e interativa com os militantes e a sociedade civil.
Rui Rio apelou a todas as estruturas do PSD para apostarem na criação de “novos espaços de militância”, como o Conselho Estratégico Nacional. De resto, o CEN irá apresentar “um programa próprio” de relançamento da economia no final de maio ou início de junho e irá também preparar um “plano de resposta social”.
Ainda no plano político, o líder do PSD diz que, a seu tempo, o partido irá focar-se nas eleições autárquicas, onde espera que as distritais possam começar a envolver-se. No final de mais de uma hora, Rui Rio assegurou que conta com Lisboa, “o principal distrito do país em população”, para “o engrandecimento do PSD e dar um contributo forte para um resultado autárquico favorável do PSD”. Ângelo Pereira, presidente da Distrital, assegurou ao líder que pode contar com esta estrutura para ser “um braço armado” no combate ao PS e ao atual Governo. Esta Assembleia Distrital digital foi moderada por Carlos Silva, deputado do PSD.