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Rui Rio critica o Ministério da Saúde por estar em falta no pagamento das dívidas e apoios às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) desde janeiro. O Presidente do PSD considera a situação “inaceitável”. “Fiquei absolutamente estarrecido e admirado com a situação. As IPSS receberam da Segurança Social tudo o que têm direito, mas tudo o que devem receber do Ministério da Saúde, pura e simplesmente, o Governo não tem pago nada desde janeiro”, revelou.
Rui Rio, que recebeu esta segunda-feira, no Porto, o Presidente da União das Misericórdias, o Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) e o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, afirmou desconhecer este facto, quando, no encontro de quarta-feira com o Primeiro-Ministro, Rui Rio transmitira ao chefe do Governo a preocupação quanto ao pagamento das dívidas pendentes do Estado aos fornecedores. “Eu estava a milhas de imaginar que me pudessem vir dizer que não pagam nada desde janeiro, particularmente quando todas estas instituições tem tido um trabalho ainda mais importante do que o trabalho que já fazem todos os dias”, referiu, acrescentando que esta situação não é “minimamente aceitável”. Recorde-se ainda que, no dia 6 de abril, uma das 18 propostas do PSD para minorar os efeitos da crise na vida das empresas e das famílias consistia no pagamento de todas as dívidas do Estado a fornecedores no prazo de 15 dias.
Além das dívidas do Estado, o líder do PSD denunciou igualmente “a falta de articulação entre a Segurança Social e a prestação de cuidados de saúde”.
Rui Rio insiste na necessidade de Portugal ter um programa de resposta às questões sociais, que “não é pós-covid, mas pós-estado de calamidade”. Rui Rio alerta para os problemas de natureza social, nomeadamente carência alimentar, acesso ao emprego e condições de habitação, prevendo que muitas famílias deixem de poder pagar as rendas.
Comentando ainda a manifestação na Alameda em Lisboa, promovida pela CGTP, no 1.º de Maio, Rui Rio qualifica como “escandaloso” o evento promovido com o recurso a “camionetas que vieram de outros concelhos para transportar pessoas”. “Não é minimamente admissível. O PCP, a CGTP, e em parte o Governo que o permitiu, se queriam enaltecer o Dia do Trabalhador, prestaram um péssimo serviço. A UGT mostrou muito melhor serviço ao Dia do Trabalhador na forma como o fez”, declarou.
Pelo contrário, Rui Rio elogia a sensatez da Igreja Católica, que abdicou, como é habitual, da presença física de fiéis no Santuário de Fátima no 13 de Maio. “A Igreja Católica tem mais juízo que a CGTP”, sintetizou.
Relativamente aos lares, “o ponto nevrálgico da covid-19”, Rui Rio conclui que “não se defendeu os lares de idosos da melhor maneira”, esperando que o Governo corrija o problema, sobretudo para preparar uma resposta eficaz perante uma segunda vaga do surto.
A delegação do PSD, que recebeu a CNIS, integrava, além do Presidente do PSD, os deputados social-democratas Álvaro Almeida e Clara Marques Mendes.