O grupo parlamentar do PSD quer “transparência total” no processo de vacinação dos utentes com mais de 80 anos, sobretudo que sejam salvaguardadas as especificidades destes idosos (a idade avançada e a pouca autonomia). “Como estão a ser contactados os utentes a partir dos 80 anos para vacinação? Por telefone? Por SMS?”, começa por interrogar o PSD.
Numa pergunta à ministra da Saúde, esta segunda-feira, os deputados lembram que “tratando-se de uma população com idade avançada e de enorme fragilidade, é importante que haja clareza em todo o processo e que não sejam criadas expectativas que não se possam cumprir, suscitando o desenvolvimento de ansiedades desnecessárias, que poderão agravar a condição de debilidade em que estes utentes já se encontram”.
Os deputados sublinham que “o coordenador da task force para a vacinação contra a covid-19, Dr. Francisco Ramos, anunciou na passada semana que, ao contrário do que as versões conhecidas do Plano de Vacinação indicavam, as pessoas a partir dos 80 anos, mesmo sem patologias, vão ser consideradas um grupo prioritário e serão vacinadas contra a covid-19 a partir desta semana. Segundo a informação até ao momento disponibilizada, para vacinar os utentes que não puderem deslocar-se às USF, estão a ser constituídas equipas móveis de vacinação com enfermeiros dos centros de saúde que se irão deslocar aos domicílios”.
Na opinião de Ricardo Baptista Leite, António Maló de Abreu, Clara Marques Mendes, Rui Cristina e a Sandra Pereira, é particularmente importante promover não só uma “transparência total do procedimento”, mas também proceder à “definição de todas as etapas e metodologias que serão adotadas, para que cada cidadão e os seus familiares, na medida em que muitos dos utentes deste grupo etário já não se encontram autónomos, saibam quando e como o utente será contactado, se a sua inoculação depende de alguma ação sua, como uma inscrição, e quando poderá esperar ser efetivamente vacinado”.
O PSD alerta ainda que, segundo a meta definida pela estrutura de coordenação do plano de vacinação, o objetivo seria “imunizar 50% da população deste grupo etário até 31 de março”. “Quando se espera ter 80% deste grupo imunizado?”, pergunta o PSD.
O PSD questiona:
- Como estão a ser contactados os utentes a partir dos 80 anos para vacinação? Por telefone? Por SMS?
- De que forma está a ser apurado se o utente se encontra em situação de se poder descolar autonomamente à USF, ou se necessita de vacinação domiciliária?
- Qual será o critério de chamada: por data de nascimento, por ordem alfabética, outro?
- Como se procederá com os utentes que não estão inscritos no centro de saúde? De que forma serão identificados? Que entidade fará o contacto para vacinação?
- O utente, familiares ou outros em sua representação, poderão inscrevê-lo para vacinação, agendando local, dia e hora? Por que meios poderá realizar-se essa inscrição: telefone, e-mail, formulário, diretamente nas USF?
- Como se procederá com os utentes que residem em equipamentos sociais, legais ou ilegais, e que estejam incapacitados de se deslocar?
- Os utentes que já tenham sido infetados com Covid-19 e que já se encontrem recuperados serão vacinados no mesmo período de vacinação?
- A meta definida apenas traça o objetivo de imunizar 50% da população deste grupo etário até 31 de março. Quando se espera ter 80% deste grupo imunizado?
- Compromete-se a tutela a cumprir com a meta definida da comissão europeia de vacinar 70% da população adulta até 21 de junho de 2021 (desde que sejam fornecidas as vacinas em quantidade suficiente pelas empresas fornecedoras)?