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O PSD quer ouvir, com “caráter de urgência” no Parlamento, o ministro das Finanças, o ministro das Infraestruturas e Habitação e o presidente demissionário da CP-Comboios de Portugal. Em causa está a saída, três meses antes de terminar o mandato, do presidente da empresa pública de transporte ferroviário, que responsabiliza João Leão pela situação financeira na CP. Críticas que foram corroboradas pelo ministro das Infraestruturas ao seu colega de Governo.
“O senhor ministro das Infraestruturas e Habitação foi mesmo mais longe e acrescentou que caso, a solução de saneamento financeiro dependesse de si, há muito tempo este constrangimento estaria ultrapassado e resolvido, numa clara crítica ao seu congénere ministro das Finanças, João Leão. Registámos ainda que o senhor ministro, responsável pela pasta das infraestruturas, com a tutela da CP, em detrimento da tomada de um conjunto de decisões de gestão, que retirem a CP do marasmo, da asfixia e da incapacidade de operar em condições de quantidade e qualidade correspondente às necessidades dos utentes, resolve justificar-se apontando erros e omissões a outros, limpando a água do capote relativamente às suas responsabilidades, mantendo as populações, que no dia a dia necessitam de ser transportadas sem alternativas, que não seja este péssimo nível de serviço promovido pela CP”, refere o PSD.
No requerimento que deu entrada esta sexta-feira, os deputados do PSD sublinham que “desde 2016, o setor dos transportes é apresentado pelo Governo Socialista como a marca de referência da sua governação, com anúncios consecutivos das maiores obras ocorridas em Portugal nos últimos 100 anos, ou ainda a propaganda constante em torno de sucessivos pacotes de aquisição de novos comboios que nunca chegaram, veja-se o anuncio de aquisição de 122 comboios para o serviço regional lançado em 2018, que ainda se encontra retido no tribunal de contas, a aguardar respostas do Governo a questões colocadas pelo tribunal, ou o mais recente anúncio panfletário de aquisição de 800 Milhões de Euros em comboios e carruagens, a dois meses das eleições autárquicas, que não passou de mero anúncio de propaganda eleitoral”.
Na quinta-feira, Rui Rio declarou, no Parlamento, que é “necessário perceber, se o presidente da CP estava ‘a desempenhar tão bom trabalho’”, quais são “as razões da sua demissão”.
Nesse sentido, e perante uma “crise sem fim à vista, suscitando naturais e significativas preocupações”, o PSD quer “esclarecer tão inusitada situação, da saída do presidente da CP, quando este desempenha e desenvolve trabalho tão meritório, conforme testemunho do ministro Pedro Nuno Santos, considerando mesmo que se trata do melhor presidente da CP de sempre”.