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No primeiro debate quinzenal depois de Portugal passar do estado de emergência para situação de calamidade devido à pandemia de covid-19, Rui Rio interrogou o Primeiro-Ministro sobre o futuro da TAP. Rui Rio diz que “a chave do futuro da TAP” depende de um plano de negócios e interroga se passará por um aumento de capital apenas por parte do Estado ou também dos acionistas privados, criticando o atual modelo imposto pelo Governo. “Qual é o modelo de capitalização? (…) Se for só o Estado, passa o Estado a ter maioria, mas precisa do tal plano de negócios para não estar a deitar dinheiro ao lixo”.
De acordo com Rui Rio, “o outro elemento nuclear para saber o que se vai passar na TAP é saber se continuará a ser uma empresa nacional ou se preferirá concentrar grande parte da operação em Lisboa, “para a TAP passar a ser as Linhas Aéreas da Extremadura?”. Rui Rio referia-se à intenção da administração da companhia aérea de reabrir 71 rotas a partir de Lisboa e apenas três a partir do Porto. “Está em condições de afirmar que isto é verdade?”, questionou, sublinhando que o setor exportador é vital para o Norte do país e para as regiões de onde emigraram muitos portugueses.
Rui Rio insiste que o pressuposto fundamental para a intervenção do Estado é saber se “estamos a falar de uma companhia nacional”, que presta um “serviço público”. “Não há futuro na TAP, gestão também não há, porque acumula prejuízo”, disse.
O líder social-democrata criticou igualmente que a empresa esteja a pagar o diferencial entre o teto máximo dado pelo Estado no âmbito dos apoios aos trabalhadores em “lay-off” e salários de “cinco, seis ou até dez mil euros”. “É que se assim é e depois a TAP vem de mão estendida pedir dinheiro ao Estado, o Estado vai dar um privilégio aos trabalhadores da TAP que não dá a mais nenhuma empresa do país”, alertou.
No início da intervenção, Rui Rio começou por fazer o diagnóstico financeiro da companhia aérea, que já estava “numa situação difícil antes da pandemia que estamos a viver”. O Presidente do PSD lembrou que a transportadora teve prejuízos de 118 milhões de euros, em 2018, e de 105 milhões de euros no ano passado. No ano de 2019, “o passivo aumentou 120%, mais do que duplicou, passou de 2200 milhões de euros para os 5000 milhões de euros”. Para Rui Rio, “a TAP é uma empresa tecnicamente falida”, sendo que para aferir “se está efetivamente falida depende da capacidade de gestão, que a TAP tem demonstrado que não tem”.