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Maló de Abreu acusa o Governo de “navegar à vista” e de não preparar o país para uma segunda vaga da pandemia. O social-democrata afirma que os portugueses assistem a uma progressiva rendição do Governo que, num discurso cada vez mais conformista, apela à “responsabilidade individual” enquanto esquece a responsabilidade governamental.
Segundo o coordenador do PSD na comissão de saúde, com a opção do Governo, de março passado, em suspender toda a atividade programada não Covid, o acesso dos doentes aos cuidados de saúde degradou-se ainda mais, penalizando fortemente os mais vulneráveis.
De acordo com o social-democrata, nos primeiros nove meses de 2020, houve menos cinco milhões de consultas presenciais nos cuidados primários, menos um milhão de consultas nos hospitais, menos cem mil cirurgias programadas, menos 17 milhões de exames de diagnóstico e terapêutica e menos milhares de rastreios, designadamente em oncologia. Tendo em conta estes dados e o aumento dos tempos de espera, Maló de Abreu afirma que não espanta “o brutal aumento da mortalidade não Covid verificada este ano: registaram-se mais 7.144 mortes do que a média dos mesmos meses dos últimos 5 anos.”
Para Maló de Abreu, esta é uma situação da maior gravidade, “na medida em que expõe dramaticamente as atuais fragilidades do SNS em dar resposta às necessidades de saúde dos portugueses”, adiantando o deputado que são necessárias medidas concretas.
“O Governo deveria ter, logo na Primavera, desenhado e posto em prática um plano nacional de emergência visando a recuperação da atividade assistencial no Serviço Nacional de Saúde. Um plano que devia já ter reduzido as listas de espera para cirurgias e consultas. O Governo deveria ter tratado da atribuição de médicos de família ao milhão de portugueses que ainda não os tem. O governo deveria ter agilizado a gestão das camas hospitalares, reduzindo o número de internamentos inapropriados.”
No entender do PSD, só através de medidas como estas, e ainda aumentando a capacidade de testagem e testando periodicamente nos setores mais expostos, poderá o País evitar a rutura na capacidade de resposta do SNS e obviar a um novo confinamento geral que todos pretendemos evitar.
https://youtu.be/yH8LWP8gUyg
