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O PSD insiste que a deputada socialista Ana Paula Vitorino não tem “independência” para assumir a liderança da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). De acordo com o deputado Carlos Silva, o relatório que foi hoje aprovado na Comissão de Economia, apenas com os votos favoráveis do PS, foi uma espécie de ‘Omo lava mais branco’ da personalidade indigitada.
O social-democrata recorda que todo o processo foi “inédito e rocambolesco” e que Ana Paula Vitorino não dá garantia de independência face aos regulados, uma vez que foi consultora de algumas empresas no setor e porque foi Ministra do Mar, uma área que a AMT também acompanha, nem dá garantia de independência em relação ao poder político, uma vez que “foi eleita pelo grupo parlamentar do partido que apoia o Governo”. Ainda em relação a estas ligações políticas, Carlos Silva acrescentou que “a AMT vai trabalhar com centenas de contratos de serviço público”, com “temas que fazem parte do Conselho de Ministros” e também aqui Ana Paula Vitorino não tem independência uma vez que “tem ligações familiares no Conselho de Ministros”.
Numa declaração aos jornalistas, o deputado mostrou-se crítico de todo este processo, recordando que se viu obrigado a abdicar de fazer o relatório após as sugestões apresentadas pela bancada socialista e depois da própria Ana Paula Vitorino “ter querido participar no processo de alterações ao relatório, numa atitude que comprova “a falta de isenção e imparcialidade”.
Com o país a exigir uma “regulação forte e independente”, Carlos Silva frisou que o Governo deveria fazer uma leitura do que se está a passar no Parlamento e ponderar, tal como já aconteceu no passado, recuar em relação a esta nomeação.