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Rui Rio afirma que se estivesse na posição de Rui Moreira, não se recandidataria à Câmara Municipal do Porto, alertando para o “risco” que o candidato corre de ter de “sair pela porta de trás” da autarquia por causa de uma eventual condenação em tribunal relacionada com o processo Selminho.
Admitindo que a questão é “difícil” de responder na qualidade de líder do PSD, mas “fácil” enquanto antigo presidente da Câmara do Porto, que “conhece muito bem”, Rui Rio declarou que “um presidente de Câmara” perder o mandato porque cometeu um crime é “muito mau para o Porto”.
“Conhecendo eu o Porto, a honra, o respeito que as pessoas veem na figura institucional do presidente da Câmara do Porto, correr o risco de, a meio do mandato, pela primeira vez na história da cidade do Porto, um presidente ter de sair não pela porta da frente, mas pela porta de trás, com um tribunal a dizer ‘perdeste o mandato, rua porque cometeste um crime’… é muito mau para o Porto”, explicou.
O líder do PSD alerta que é sua convicção de que a perda de mandato possa “acontecer” e, segundo a juíza de instrução, “é altamente provável que aconteça”.
No final de uma audiência com a AHRESP, na sede nacional, em Lisboa, o Presidente do PSD considera que “há obviamente um entrosamento entre o PS e o dr. Rui Moreira”, sabendo-se que os socialistas ainda não apresentaram o seu candidato à autarquia do Porto. “O dr. António Costa aposta claramente no dr. Rui Moreira, independentemente da acusação penal ou não, e o PS prepara-se – no caso de o dr. Rui Moreira se recandidatar – para ir a eleições fazendo figura de corpo presente. Na prática, o que dr. António Costa quer é evitar que o PSD possa ganhar a Câmara do Porto, se é o dr. Rui Moreira ou o PS é absolutamente indiferente”, apontou.
Ainda esta quinta-feira, Vladimiro Feliz, candidato apoiado pelo PSD à Câmara do Porto instou o presidente da autarquia a fazer uma reflexão “séria” sobre a sua recandidatura nas autárquicas, e não uma “declaração precipitada”.
“A honra, a transparência e a dignidade do exercício de funções políticas exigem que o atual presidente da Câmara do Porto faça uma séria reflexão e não uma declaração precipitada e emotiva, escassas duas horas depois de conhecer o resultado da sentença judicial. O Porto corre o risco de ter, pela primeira vez na sua história, um presidente que não sai dos Paços do Concelho pela porta grande”, disse Vladimiro Feliz.