Em entrevista à Rádio Renascença, esta segunda-feira, Rui Rio acusa o PS de não querer fazer as reformas que o País necessita. O Presidente do PSD considera “mau para a democracia” os socialistas não pretenderem alterar o sistema eleitoral e melhorar a Constituição.
“Estou de acordo com o dr. Pinto Balsemão sobre a necessidade de mudarmos o sistema eleitoral, que não muda desde o 25 de Abril. É muito, muito mau, mas não é só isso que mata a democracia em Portugal. Apresentámos as linhas fundamentais de um projeto de revisão constitucional que está a ser elaborado e que vai entrar em outubro no Parlamento. No sistema eleitoral, já explicámos o que queremos e o projeto de lei em concreto e deve entrar no Parlamento passadas duas semanas. Acho vital mudar a Constituição e o sistema eleitoral. O PS diz que não é a altura própria por qualquer coisa. A seguir, apresentamos um projeto de revisão de eleitoral e o PS diz 'os portugueses estão preocupados com outra cosia, não é com o sistema eleitoral'. A seguir, apresentamos uma lei, como fizemos há um ano, para mudar o Tribunal Constitucional e o Supremos Tribunal Administrativo de Lisboa para Coimbra e o PS volta a dizer que agora não é oportuno porque há eleições autárquicas. O PS não quer mudar nada!”, afirma.
Sobre as autárquicas, Rui Rio diz que “o grande objetivo do PSD é encurtar” a distância em relação ao PS. “Objetivamente, dizer por números é muito difícil porque uma coisa é ganhar a câmara de Lisboa, outra coisa é ganhar outra câmara que possa ter cinco ou dez mil habitantes. Ambas contam numa câmara, mas têm um peso político diferente. Na segunda-feira, quando se analisar com calma os resultados é que vamos ver se tivemos um resultado satisfatório ou bom ou se foi fraco. A distância que temos para o PS é de 61 câmaras. Perdemos bastante em 2013 e 2017. O grande objetivo é encurtar fortemente esta distância”, referiu.
Em relação ao Orçamento do Estado para 2022, Rui Rio reitera que o PSD está “complemente livre” em tomar a posição que for mais ajustada ao interesse nacional. “É uma pergunta que está respondida pelo primeiro-ministro. O dr. António Costa quis fazê-lo e afirmá-lo solenemente e disse que, no dia em que o PS precisar dos votos do PSD para um Orçamento passar, o Governo dele cai. Portanto, nunca precisará dos votos do PSD. O PSD é completamente livre, com a liberdade de saber que não tem influência na estabilidade governativa”, disse.