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Rui Rio acusa o Governo de “deixar o Porto para trás” e a Câmara liderada por Rui Moreira de não ter “força política para se impor”, como acontece com a TAP, “que abandonou o aeroporto Sá Carneiro”.
“A TAP abandonou já relativamente o país, só aparece cá para receber os nossos impostos, mas abandonou o aeroporto Sá Carneiro, o Governo não se interessa por isso e a Câmara não tem força política para se impor a um Governo que deixa o Porto para trás”, disse.
Rui Rio, que antes de discursar participou num desfile de carros clássicos pela cidade do Porto, acompanhado por Vladimiro Feliz que, garantiu que, se for eleito, irá trazer de volta o circuito da Boavista, lamenta que a cidade tenha perdido capacidade de influência junto de “um Governo centralista”.
Rui Rio criticou a mentalidade de um Governo que “não quer mudar rigorosamente nada” e que se opõe a todas as medidas de descentralização, como a transferência do Tribunal Constitucional para Coimbra. “É sempre desculpas para que tudo fique na mesma”, criticou.
Além do exemplo da TAP, Rui Rio apontou outros exemplos que mostram que “o Governo não quer mudar nada”. “O Governo anterior do PSD e CDS-PP determinou que a sede do Banco de Fomento era no Porto. Chegou este Governo e, automaticamente, não só o Banco de Fomento não sai do sítio como o pouco que existe foi levado para Lisboa. Ou aquela promessa de que o Infarmed vinha para o Porto, o primeiro-ministro disse cinco vezes – não sei se disse ‘read my lips’ [leiam os meus lábios] – e o Infarmed não foi para Porto rigorosamente nenhum”, explicou.
Rui Rio saudou a coragem de Vladimiro Feliz em assumir compromissos. “Há outros que prometem aquilo que não podem fazer. Eu acho que o Porto dá um passo em frente muito grande quando uma candidatura assume recuperar os valores tradicionais do Porto”, enalteceu.
Rui Rio citou ainda o caso do Museu Romântico, que “foi destruído”, enquanto “marca fortíssima do Porto do século XIX”.
O Presidente do PSD recordou algumas das prioridades enquanto presidente da Câmara do Porto durante 12 anos, como a reabilitação urbana, a coesão social e a mobilidade e os “grandes eventos internacionais” que trouxe à cidade.
“Tanta coisa que fizemos acabou, quando gerimos em função do interesse público não podemos destruir o que de bom os anteriores fizeram. Ser autarca é capaz de ser capaz de definir objetivos para a cidade, não é andar a gerir conforme o vento está para um lado ou para o outro”, destacou.
O líder do PSD acredita que o Porto vai dar a “resposta adequada” no dia 26 de setembro. “Estou convencido de que, aqui no Porto e por todo o país, o povo português vai dar resposta adequada a esta situação fazendo um aviso à navegação e dizer que o país tem de se desenvolver e o desenvolvimento do país é de Norte a Sul e passando pelas regiões autónomas”, concluiu.