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O PSD acusou o Governo de “inação” e “total leviandade” por este não ter ainda agido de forma a permitir o acesso dos turistas do Reino Unido a Portugal a partir da próxima semana. “A inação do Governo português é dramática, resulta num impasse nas relações com o Reino Unido, estamos a três dias da permissão de os turistas do Reino Unido poderem vir para Portugal e neste momento nada se sabe a respeito da matéria”, afirmou Cristóvão Norte, esta sexta-feira, em declarações na Assembleia da República.
O coordenador social-democrata na Comissão de Economia lembrou que no dia 07 de maio o Reino Unido colocou Portugal na restrita “lista verde” de países e territórios para os quais passam a ser permitidas viagens não essenciais. Esta decisão, sublinhou, “resultou num avassalador aumento das reservas, num incremento no número de voos, na contratação de pessoal por parte das unidades hoteleiras e da restauração e, no fim de contas, na abertura de uma nova página de esperança para que a retoma fosse empreendida de uma forma mais célere”. Acresce que também a Comissão Europeia propôs ao Conselho Europeu, no início deste mês, “a adoção de regras que tivessem em conta a evolução epidemiológica de cada um dos países terceiros, bem como a evolução no que se refere à vacinação”.
“Não obstante tudo isto, o Governo português, ainda que sabendo da importância desta matéria para o país, tratou da matéria com total leviandade”, realçou Cristóvão Norte. “Estamos sob a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, a Comissão Europeia fez uma proposta que vai no sentido dos interesses de Portugal, e ainda assim, a três dias deste marco importante tal como foi reconhecido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e pela secretária de Estado do Turismo, não há uma decisão. Isso, neste momento, conduz a um cancelamento de reservas, a incerteza que prejudica as perspetivas futuras do turismo nacional e a um prejuízo muito significativo para a economia, com pequenas e médias empresas que estão completamente desprotegidas, descapitalizadas, que estão desesperadas e que querem trabalhar. E é isso que o Governo português está a impedir. Está a impedir que as empresas portuguesas trabalhem e consigam criar as condições para uma recuperação mais robusta, com maior fôlego, que proteja o emprego e inaugure uma nova página neste processo de recuperação económica essencial para o país”, apontou o social-democrata.
Neste sentido, o Grupo Parlamentar do PSD dirigiu uma pergunta, com caráter de urgência, ao Governo “para que esta matéria se esclareça, para que seja tomada urgentemente uma solução” e, assim, “por cobro a este impasse e garantir as condições para que esta ponte aérea, que não tem objeções de natureza política nem científica, seja reposta de modo a não se prejudicar severamente a economia portuguesa”.