Rui Rio: empréstimo de 850 milhões de euros ao Novo Banco sem “um rigoroso escrutínio” do Estado merece a “clara reprovação”

8 de maio de 2020
PSD

Rui Rio critica o empréstimo de mais 850 milhões de Euros ao Novo Banco sem que os contribuintes conheçam a situação financeira exata da instituição. Num comentário à decisão de injetar mais dinheiro no Novo Banco, ao abrigo do Fundo de Resolução, e que o próprio Primeiro-Ministro mostrou desconhecer durante o debate quinzenal, o Presidente do PSD começa por explicar que “a forma como o Governo entendeu vender o Novo Banco pressupõe a cobertura de determinadas imparidades com dinheiro público, até ao montante total de 3,9 mil milhões de euros”. O Presidente do PSD lamenta que “o Novo Banco tem vindo a receber avultadas verbas do Estado sem que tenha havido, da parte deste, o cuidado de aferir com rigor se o dinheiro é ou não devido, em face das razões invocadas pelo banco para a ele ter direito”.

O líder do PSD considera, por isso, que “a entrega de mais uma pesada tranche de dinheiro dos contribuintes ao Novo Banco, sem que, mais uma vez, o Governo tenha aferido da necessidade de o fazer através de uma auditoria específica para o efeito, é uma atitude que tem de merecer a clara reprovação”.

Rui Rio conclui que “os portugueses não podem continuar a pagar a falência do BES indefinidamente sem que haja, pelo menos, um rigoroso escrutínio às razões que o determinam”.

Recorde-se que o Novo Banco recebeu mais uma “tranche de dinheiro público”, desta feita no valor de 850 milhões de euros. No debate quinzenal, esta quinta-feira, António Costa garantia que não haveria mais ajudas de Estado, com dinheiro dos contribuintes, até que os resultados da auditoria em curso ao banco fossem conhecidos. Só que a transferência foi mesmo concretizada. A autorização para o financiamento do Fundo de Resolução, que tem a responsabilidade de capitalizar o banco que resultou da resolução do BES, em 2014, foi dada na quarta-feira.

Neste momento, por conta da ajuda recebida em 2019, devido às perdas dos ativos tóxicos do ano anterior, está a decorrer, como previsto na lei, uma auditoria aos atos de gestão praticados no Novo Banco e também na instituição que lhe deu origem, o BES.