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Em Viana do Castelo, este domingo, o Presidente do PSD criticou António Costa por procurar assustar os portugueses ao “deturpar” as propostas social-democratas. “O PSD, se alguma vez teve de praticar política de austeridade, foi por responsabilidade do Partido Socialista. Foi o Partido Socialista que pôs este país na bancarrota. E, portanto, quando o PSD foi para o governo, não foi com o seu programa, foi com o programa da ‘troika’ que o Partido Socialista assinou com a ‘troika’ e obrigou Portugal a cumprir”, afirmou.
Nas “Conversas Centrais” sobre o Mar, perante centenas de apoiantes, Rui Rio lembrou que o passado que conduziu à ruína do país foi com a governação de José Sócrates. “O Dr. António Costa, na gíria popular, permitam-me que diga, tem muita lata ao dizer uma coisa dessas quando sabe perfeitamente que a responsabilidade é do PS e está a ir buscar um passado que ele não devia ir buscar. Porque, se ele vai buscar esse passado, então eu também posso ir buscar esse passado e começo a falar da governação do engenheiro Sócrates, que é uma coisa que eu não tenho feito, que acho que não vale a pena. Vale a pena é olhar para o futuro e não para o passado”, declarou.
Rui Rio acusou o líder socialista de fazer uma campanha a “mentir” sobre as propostas do PSD, em vez de apresentar as suas próprias ideias para o país. “Se repararem, aquilo que são as intervenções do Dr. António Costa nesta campanha eleitoral, ao longo desta semana, não foi propriamente dizer uma ideia nova que o PS possa ter para o país, foi dizer mal das nossas propostas. O que, enfim, eu ainda poderia aceitar, mas, o que eu não posso aceitar, é que seja a dizer mal das propostas nossas, deturpadas por ele. Ele diz que nós defendemos coisas que verdadeiramente não defendemos, tentando assustar as pessoas”, apontou.
O Presidente do PSD reiterou que não quer pôr a classe média a pagar o Serviço Nacional de Saúde. “Nós temos é de gerir melhor os nossos impostos e a nossa despesa em saúde para que o dinheiro que lá metemos possa dar um o Serviço Nacional de Saúde bem melhor do que aquele que temos, porque, se ele se degradou, foi justamente agora no tempo da governação socialista”, expressou.
Rui Rio reiterou que a Segurança Social “tem de ser pública” e quanto ao salário mínimo nacional, voltou a criticar a postura de António Costa, ao afirmar que o PSD é contra o seu aumento. “O que ele [António Costa] tem vindo a fazer faz-me lembrar a seguir ao 25 de Abril quando diziam que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço. Acho que o Dr. António Costa está connosco a fazer a mesma coisa. Está ali um papão que quer tudo de mal. Agora, também é contra o salário mínimo nacional. Ninguém é contra o salário mínimo nacional. Aquilo que nós queremos é ter um salário mínimo nacional cada vez mais alto, sustentado numa economia forte e robusta”, sublinhou.
Antes, em Arcos de Valdevez, Rui Rio deixou uma mensagem de confiança. “Com o apoio popular que vamos vendo acho que a probabilidade de ganhar é mais alta do que era há um mês atrás. Acredito que podemos ganhar sim, claramente. Com maioria absoluta gostaria, mas é muito difícil”, referiu.
E retomou as críticas à herança que o PS deixou em 2009. “Temos falado pouco do passado. Temos, apesar de tudo, algum pudor. Não me vê a criticar permanentemente aquilo que Sócrates fez. António Costa, não tendo argumentos, vem dizer que vamos fazer o mesmo que o governo de Pedro Passos Coelho. É preciso ter lata”, salientou.
O líder social-democrata disse “sempre” ter acreditado que “o PSD podia ganhar estas eleições”. “Todo o comportamento do PSD desde que estou na liderança do PSD oferece confiança às pessoas. Eu não me ando aí a comportar como um líder da oposição vulgar que está sempre a dizer mal de tudo e sempre a gritar contra tudo. Ninguém vota para primeiro-ministro em alguém que diz muito bem mal dos outros. Isso não é programa para nada. O país quer um Primeiro-Ministro responsável”, criticou.
Na manhã de domingo, um mar de gente acolheu com entusiasmo a comitiva social-democrata em Guimarães. “O que é programa é apresentar as ideias e depois, acima de tudo, ter a coragem para as implementar e não recuar perante as dificuldades”, afirmou Rui Rio.