Notícias relacionadas
António José Pinto Doce, agente da Polícia de Segurança Pública, 45 anos, casado e pai de dois filhos, faleceu na noite do passado sábado quando colhido mortalmente por um veículo.
Esta não é uma morte comum. Este não é apenas o falecimento de um agente da PSP. Esta não é apenas uma morte a lamentar como infelizmente tantas outras ocorrem diariamente no nosso País.
Esta é a morte de um agente das forças e serviços de segurança do Estado, mas muito mais do que isso, de um cidadão português que, vendo-se perante uma circunstância hedionda como a da violência doméstica, podendo ignorá-la, optou por não o fazer. E essa circunstância faz com que esta atitude deva ser sobrelevada e todos os títulos assinalada. Trata-se de uma morte heroica, trata-se de um agente da PSP que, mesmo não se encontrando em serviço, deu uma demonstração inolvidável da têmpera e sentido de missão que, é preciso afirmá-lo, caracterizam as nossas forças e serviços de segurança.
Neste triste episódio não pode ser olvidado o flagelo da violência doméstica. Responsável por metade dos homicídios ocorridos em Portugal no ano de 2019. E que conheceu um incremento de 10% no ano de 2019. Manifestação intolerável de cobardia e que urge que o Estado, a todos os títulos, possa estancar e colocar em níveis civilizacionais compatíveis com a sociedade que queremos ser.
Mas a atitude de António José Pinto Doce é aquilo que nos compete assinalar. Pela bravura. Pelo sentido de serviço. Pelo exemplo de cidadania. Pela forma como a todos nos mostra que os problemas dos outros são também os nossos problemas.
Portugal deve muito a António Doce, não apenas pela vida que entregou a proteger outros, mas pelo exemplo de cidadania que queremos seja sobrelevado e assinalado com honras de Estado. Os filhos de António Doce perderam o seu pai, mas ganharam um herói.
A Direção Nacional do Partido Social Democrata manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento do agente António Doce, apresentando condolências à sua família, ao Comando Distrital de Évora e à Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública. Um compatriota que perdeu a sua vida tentando salvar outra. Cuja morte não será em vão, se ficar como exemplo de entrega e de cidadania.