Plano de Recuperação deve dar prioridade às empresas para criar “uma classe média mais robusta”

22 de setembro de 2020
PSD

Rui Rio defende que o Plano de Recuperação e Resiliência do Governo deveria estar mais focado nas “empresas exportadoras” e na “competitividade da economia”. O objetivo é, segundo o Presidente do PSD, tornar a “economia mais robusta”, para permitir “pagar melhores salários”. “A questão dos salários é fundamental. Pretendemos que, no médio e longo prazo, Portugal pague melhores salários e tenha uma classe média mais robusta”, referiu o líder do PSD, no final de uma audiência com o Primeiro-Ministro, esta segunda-feira, em São Bento.

Rui Rio divulgou que o PSD irá apresentar em breve a sua visão do documento de recuperação económico-social para o País decorrente da crise motivada pela pandemia. “Se o PSD se comportasse a olhar para o seu próprio interesse fazia um discurso desses, dizia que era impensável e estava tudo errado, mas o PSD está preocupado com a construção do País. Temos de olhar para este documento com racionalidade e equilíbrio, haverá coisas que, na nossa ótica, estarão bem e outras que estarão menos bem”, afirmou, num comentário ao encontro dedicado à análise do Plano de Recuperação e Resiliência do Governo.

Rui Rio sublinha que as verbas excecionais provenientes da União Europeia terão de assegurar uma “resposta de curto prazo, mas sobretudo de longo prazo” para a economia portuguesa. “Por isso, o grosso do objetivo tem de ser virado para as empresas, porque são as empresas que geram produção e são as empresas que pagam salários, sem querer esquecer a componente pública, que é complementar, mas no núcleo central têm de estar as empresas”, declarou, acrescentando que, dentro das empresas, a aposta terá de centrar-se sobretudo na exportação e no investimento.

Questionado como se pode traçar um plano para o futuro sob uma situação ainda de muita incerteza no que diz respeito à evolução da pandemia de covid-19, Rui Rio respondeu”: “Mas não temos outra alternativa”. “Nós não podemos voltar a dar a resposta à pandemia igual à que demos em março e abril, não é possível, o País simplesmente não aguenta. (…) Chegar ao ponto de dizer que os restaurantes, as lojas e os centros comerciais fecham todos, não é possível”.