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José Manuel Bolieiro considera que 24 anos de poder do PS na região “não deram bons resultados de progresso”, e diz que é “possível e urgente” fazer diferente na governação da região, alegando que “o mesmo caminho para as mesmas opções produz sempre os mesmos resultados”.
“É possível, é preciso e é urgente fazer diferente. Queremos para os Açores um verdadeiro desenvolvimento, mais consistente e mais consequente. O desenvolvimento económico requer um governo orientado para o desenvolvimento. Deve criar um contexto propenso ao investimento das empresas privadas”, afirmou o candidato do PSD a Presidente do governo regional, na apresentação do programa eleitoral e de governo do PSD/Açores, no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, este sábado.
Perante cerca de uma centena de militantes, numa sessão limitada pela pandemia de covid-19, Bolieiro frisou “o superior interesse da região tem de ficar sempre acima, e muito acima, da conservação partidária do poder”. Bolieiro sublinha que não se conforma com as “realidades que as estatísticas objetivas e independentes evidenciam no presente, após o mesmo modelo de governação [do PS] durante 24 anos consecutivos”.
E concretizou: “Vinte e quatro anos é muito tempo e não deram os bons resultados de progresso à data de hoje, que os milhões recebidos, se fossem bem geridos, podiam e deviam ter gerado, combatendo a pobreza, criando riqueza, emprego e desenvolvimento”.
O líder dos sociais-democratas açorianos citou diversos “dados sintomáticos recentes e independentes” divulgados pela Pordata, como a taxa de abandono escolar, que “é mais do dobro da registada ao nível nacional”, ou o facto de, nos Açores, “sete em cada dez habitantes têm, no máximo, o ensino básico” e apenas “um em cada dez completou o ensino superior, uma diferença de nove pontos percentuais face ao observado a nível nacional”.
“Nos Açores, há dez beneficiários do Rendimento Social de Inserção por cada 100 residentes. Este rácio está acima do observado a nível nacional, três em cada 100 residentes. Não é um bom sintoma. É um combate à pobreza que tem mantido a pobreza. Ora, do que precisamos é de outra realidade e ela precisa de uma outra governação”, apontou.
O programa político do PSD para as eleições regionais nos Açores, intitulado Confiança PSD - Agenda de governação 2020-2030”, assenta em quatro eixos estratégicos, defendendo uma desgovernamentalização e descentralização da região, a par de maior liberdade e independência e avanços no campo digital. O documento arranca com uma “carta aberta ao eleitor açoriano”, assinada pelo presidente do PSD/Açores e desenvolve as prioridades do partido em várias áreas de atuação.
O projeto político do PSD/Açores, acrescenta, é “intergeracional”, “dos e para os Açores”, região que “precisa de uma mudança de políticas”. “A candidatura que assumimos à presidência do governo da Região Autónoma dos Açores, em nome e representação do PSD/Açores, justifica-se pelo valor democrático da afirmação de uma alternativa de governação. Uma alternativa que seja geradora de alternância do poder”, refere o texto.
Bolieiro garante ainda aos eleitores que vai dar “mais espaço ao empreendedorismo, de empregadores e trabalhadores”, que terão com o PSD “mais liberdade e segurança para criarem riqueza e trabalho”.
Os Açores em 2030, conclui Bolieiro, devem ser uma região “substancialmente mais rica”, baseada no “desenvolvimento sustentável” e ultrapassando “desafios da ultraperiferia e insularidade”.