José Manuel Bolieiro: 24 anos de poder do PS nos Açores “não deram bons resultados”

28 de setembro de 2020
PSD

José Manuel Bolieiro considera que 24 anos de poder do PS na região “não deram bons resultados de progresso”, e diz que é “possível e urgente” fazer diferente na governação da região, alegando que “o mesmo caminho para as mesmas opções produz sempre os mesmos resultados”.

“É possível, é preciso e é urgente fazer diferente. Queremos para os Açores um verdadeiro desenvolvimento, mais consistente e mais consequente. O desenvolvimento económico requer um governo orientado para o desenvolvimento. Deve criar um contexto propenso ao investimento das empresas privadas”, afirmou o candidato do PSD a Presidente do governo regional, na apresentação do programa eleitoral e de governo do PSD/Açores, no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, este sábado.

Perante cerca de uma centena de militantes, numa sessão limitada pela pandemia de covid-19, Bolieiro frisou “o superior interesse da região tem de ficar sempre acima, e muito acima, da conservação partidária do poder”. Bolieiro sublinha que não se conforma com as “realidades que as estatísticas objetivas e independentes evidenciam no presente, após o mesmo modelo de governação [do PS] durante 24 anos consecutivos”.

E concretizou: “Vinte e quatro anos é muito tempo e não deram os bons resultados de progresso à data de hoje, que os milhões recebidos, se fossem bem geridos, podiam e deviam ter gerado, combatendo a pobreza, criando riqueza, emprego e desenvolvimento”.

O líder dos sociais-democratas açorianos citou diversos “dados sintomáticos recentes e independentes” divulgados pela Pordata, como a taxa de abandono escolar, que “é mais do dobro da registada ao nível nacional”, ou o facto de, nos Açores, “sete em cada dez habitantes têm, no máximo, o ensino básico” e apenas “um em cada dez completou o ensino superior, uma diferença de nove pontos percentuais face ao observado a nível nacional”.

“Nos Açores, há dez beneficiários do Rendimento Social de Inserção por cada 100 residentes. Este rácio está acima do observado a nível nacional, três em cada 100 residentes. Não é um bom sintoma. É um combate à pobreza que tem mantido a pobreza. Ora, do que precisamos é de outra realidade e ela precisa de uma outra governação”, apontou.

O programa político do PSD para as eleições regionais nos Açores, intitulado Confiança PSD - Agenda de governação 2020-2030”, assenta em quatro eixos estratégicos, defendendo uma desgovernamentalização e descentralização da região, a par de maior liberdade e independência e avanços no campo digital. O documento arranca com uma “carta aberta ao eleitor açoriano”, assinada pelo presidente do PSD/Açores e desenvolve as prioridades do partido em várias áreas de atuação.

O projeto político do PSD/Açores, acrescenta, é “intergeracional”, “dos e para os Açores”, região que “precisa de uma mudança de políticas”. “A candidatura que assumimos à presidência do governo da Região Autónoma dos Açores, em nome e representação do PSD/Açores, justifica-se pelo valor democrático da afirmação de uma alternativa de governação. Uma alternativa que seja geradora de alternância do poder”, refere o texto.

Bolieiro garante ainda aos eleitores que vai dar “mais espaço ao empreendedorismo, de empregadores e trabalhadores”, que terão com o PSD “mais liberdade e segurança para criarem riqueza e trabalho”.

Os Açores em 2030, conclui Bolieiro, devem ser uma região “substancialmente mais rica”, baseada no “desenvolvimento sustentável” e ultrapassando “desafios da ultraperiferia e insularidade”.