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Rui Rio concorda com um agravamento das medidas para travar o número de contágios por covid-19. O Presidente do PSD revelou que não serão colocados quaisquer “obstáculos jurídicos”, caso Governo pretenda antecipar algumas medidas mais robustas.
Rui Rio, que falava após uma audiência com o Primeiro-Ministro, esta sexta-feira, antevê um confinamento em moldes idênticos ao que vigorou em abril do ano passado, mas com a manutenção das escolas abertas. Neste ponto, Rui Rio diz aguardar pela reunião de terça-feira com epidemiologistas, no Infarmed, em Lisboa, para ouvir a fundamentação técnica em relação a essa ideia de continuidade das aulas presenciais.
“O número de casos de infetados e de mortos têm atingido recordes. Isso aponta para medidas mais drásticas para travar a pandemia. Se os números estiverem assim nos próximos dias, num patamar de dez mil infetados, teremos de travar os contactos entre as pessoas e, portanto, teremos provavelmente no país um confinamento muito mais apertado”, observou o Presidente do PSD.
Rui Rio espera também “um planeamento adequado” na questão da vacinação, de forma a evitar que Portugal venha a ter “uma situação mais complicada do que aquela que estamos a viver agora”. “Se me perguntar que há algum pecado do ponto de vista de ausência do planeamento, eu dir-lhe-ia que sim. (…) A situação é muito grave”, apontou.
Nesse sentido, Rui Rio frisou que o PSD, do ponto de vista político, “estará disponível para votar esse estado de emergência e para suportar também as medidas que defendem a saúde pública, com as atenuantes possíveis, tendo em vista o drama económico que representa fechar outra vez, fortemente o país por mais duas, três ou quatro semanas”.
Sobre as eleições presidenciais que decorrem no atual contexto de pandemia, Rui Rio admite que se os candidatos presidenciais, se assim o entenderem, o PSD está disponível para “conversar” de forma a que as eleições possam ser adiadas. “Se entre os candidatos houver unanimidade de que, independentemente destas circunstâncias, se sentem confortáveis para haver eleições, não tenho nada a dizer. Mas, se houver candidatos que entendem que não podem fazer campanha eleitoral minimamente e, ainda por cima, no dia das eleições há confinamento, então, naturalmente, caso essa questão seja levantada, o PSD estará disponível em sede de Assembleia da República para procurar encontrar um consenso no sentido do adiamento”, referiu.
Rui Rio precisou que não será o PSD a levantar a questão do eventual adiamento das eleições presidenciais, “mas se os candidatos assim o sentirem pode-se ver” a questão. “Há constrangimentos constitucionais pesados, eu sei. Mas, havendo consenso e bom senso, obviamente, tudo se resolve”, alegou.
Portugal registou, esta sexta-feira, dois novos máximos por infeção por SARS-CoV-2: no número de mortes diárias (118) e no número de novos casos (10.176).