Bolieiro defende uma economia regional menos dependente de subsídios

21 de setembro de 2020
PSD

O candidato do PSD a Presidente do governo regional quer uma economia “independente” em alternativa à “mão estendida” e dos subsídios estatais, considerando que o atual modelo de desenvolvimento açoriano “se esgotou”. “Pretendemos uma economia que se liberte da mão estendida e do subsídio e que possa ser cada vez mais independente. A riqueza que cria deve ficar na sua própria capacidade de investimento, aplicando o seu lucro”, defendeu José Manuel Bolieiro, no final de um encontro com a direção do Núcleo de Empresários da Lagoa (NELAG), na ilha de São Miguel.

Para José Manuel Bolieiro, o modelo de desenvolvimento dos Açores “esgotou-se”, havendo que apostar num projeto alternativo, que passa por uma “aposta estratégica no investimento privado, mais do que na componente pública, concorrencial, através da capacidade instalada dos empresários dos Açores”.

Bolieiro quer “potenciar a resiliência e o reforço do tecido empresarial regional, com massa crítica, libertando-o de uma subsidiação politicamente controlada e governamentalizada” e promover um “choque fiscal” que permita aos Açores ter um diferencial fiscal para o continente de 30%, e não de apenas 20%, como está em vigor, uma vez que a legislação em vigor o permite, contribuindo-se assim para a “desoneração dos custos de contexto e operacionais dos investimentos das empresas”.

O líder do PSD/Açores considera que “não é aceitável que, no acesso aos fundos comunitários, haja 80% de aplicação de verbas aos grandes grupos e apenas 20% às pequenas e médias empresas regionais, geradoras de 70% do emprego na região”. Bolieiro pretende que os fundos europeus sejam direcionados às PME em nome individual, lembrando que geram a maior parte do emprego no arquipélago.

O Presidente do PSD/Açores afirmou ainda que, na sequência da pandemia da covid-19, “seria grave e inaceitável” que os pequenos e médios empresários, a par dos empresários em nome individual, não beneficiassem dos apoios disponíveis para combater a crise.

Nesse sentido, vai bater-se para associar às medidas aplicadas pelo Governo dos Açores, durante a pandemia, que “o instrumento de recuperação e resiliência, que acabou por entregar à região mais de 700 milhões de euros, possa ser dedicado a estas empresas e a todas as atividades económicas, sem exclusão, como aconteceu em alguns programas”.

Política fiscal favorável às produções agrícolas

O candidato do PSD/Açores a Presidente do governo regional garantiu igualmente que é seu compromisso ter uma política fiscal favorável às produções agrícolas regionais, tornando estas mais competitivas em relação aos produtos importados. “Na política fiscal, pretendo garantir a sustentabilidade ambiental através do consumo do que é nosso. Para isso, é preciso ter uma estratégia para a política fiscal que garanta competitividade aos nossos produtos agrícolas, face àqueles que são importados”, afirmou José Manuel Bolieiro, após visitar uma exploração agrícola nos Fenais da Ajuda.

José Manuel Bolieiro explicou que uma política fiscal favorável às produções agrícolas locais se pode concretizar através da criação de uma ecotaxa, a aplicar aos produtos agrícolas importados que tenham uma grande pegada ambiental na sua produção e distribuição.

O líder social-democrata dos Açores alertou também para a necessidade de serem construídos novos entrepostos frigoríficos na Região, de forma a “proteger os produtos agrícolas regionais”. “Sendo os produtos agrícolas perecíveis, muitas vezes, por motivos de gestão dos produtores e comercializadores face às necessidades do mercado, é preciso garantir algum tempo de espera em armazenamento antes de comercialização. Para isso são necessárias boas condições de frio para evitar prejuízos”, frisou.

O Presidente do PSD/Açores insistiu também no compromisso de implementar uma política de transportes aéreos e marítimos que facilite a comercialização das produções locais entre todas as ilhas, dado que só com melhores acessibilidades se poderá aumentar o “valor acrescentado dos produtos regionais”.