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Os cerca de 3,7 mil milhões de euros necessários, por agora, para a TAP são “o preço da pandemia” e da “paralisação da aviação”, mas “não só”. São o custo de “uma gestão política caótica, uma galeria de horrores que retrata o Estado como grosseiramente inepto para gerir a empresa”, afirmou hoje o deputado Cristóvão Norte.
Durante uma declaração política, no Parlamento, o social-democrata salientou que este também é “o custo de um Governo que reverteu a privatização, reduziu as regras de interesse estratégico e fiscalização da ação do privado a pó, trouxe os riscos para o perímetro público, deixou o privado a seu bel prazer, incentivando-o a correr riscos desmesurados”.
Nos últimos anos, “o Governo fingiu que controlava a TAP por exclusiva conveniência partidária, uma mesquinha operação de cosmética que empurrou a TAP para uma situação insustentável e faz subir a conta que nos apresentam agora”, pois “só isso explica que venham dizer agora que a TAP foi mal gerida ao longo dos últimos quatro anos e, ainda que o Estado detivesse a maioria do capital social, nada tenham feito ao longo desses quatro anos”.
Tal como Cristóvão Norte afirma, “nada fizeram porque deliberada e conscientemente se colocaram na posição de nada poder fazer. Nada fizeram porque para o Governo, para o PS, mais vale parecer do que ser, e bastava-lhes parecer que mandavam, um triste exercício que mina a confiança dos portugueses e desprestigia o exercício de cargos públicos”.
Este processo tem sido, aliás, “um manual de como não se está à altura de gerir um processo desta natureza. E, com este cadastro, com o historial de erros clamorosos cometidos pelo Governo, é difícil que alguém acredite que o Governo vai conseguir recuperar a empresa”.
Para o PSD, é “imperioso que se assegure que este não vai ser mais um elefante branco. Este é o dinheiro dos portugueses que nenhuma palavra tiveram a dizer sobre o tema”.