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Com os dados oficiais a revelarem que morreram mais de 700 pessoas em lares, cerca de 40% dos óbitos relacionados com a covid-19 em Portugal, Ricardo Baptista Leite considera que “o Estado falhou na proteção dos mais vulneráveis”.
Na audição das Ministras da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a requerimento do PSD, sobre a atuação dos respetivos Ministérios no que respeita aos estabelecimentos destinados aos cidadãos mais idosos, o Vice-Presidente da bancada do PSD afirmou que, confrontadas com estes números, o que se esperaria das governantes “era algum humanismo, humildade e uma palavra para as pessoas que perderam os seus familiares”, algo que não aconteceu.
O social-democrata afirma que “as pessoas em Portugal foram abandonadas”, como se comprova com o relatório sobre o Lar de Reguengos. “Morreram 16 pessoas em 3 semanas, algumas delas chegaram ao hospital desidratadas, porque não lhes deram água. Se isto não se qualifica como abandono, então eu não sei o que é abandono”, declarou o social-democrata, acrescentando que é fundamental apurar se é verdadeira a acusação do Primeiro-Ministro de que os médicos chamados a prestar cuidados no lar se recusaram a atuar.
Antes, Clara Marques Mendes afirmou esperar que atitude das Ministras evolua de “tudo esconder” para “tudo esclarecer”. A Vice-Presidente do Grupo parlamentar do PSD considera que é fundamental fazer um levantamento da situação nos lares e exortou o executivo a atuar em relação aos lares ilegais.
A deputada exigiu um esclarecimento cabal do que aconteceu no Lar de Reguengos e felicitou a Ministra do Trabalho e Segurança social por finalmente ter lido o relatório da Ordem dos Médicos, questionando se o considera ou não “chocante” e se a governante não acha que, desde o início, devia ter dado mais atenção a esta matéria.
Clara Marques Mendes insistiu que, perante o alarme social que foi criado, o relatório que foi feito pela Segurança Social tem de ser tornado público.