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Ricardo Baptista Leite alerta que Portugal vive uma “situação dramática” no combate à pandemia de covid-19. “Estamos a viver um momento que resultará, potencialmente, com base nas estimativas apresentadas, 12 mil mortes no próximo mês, somando todos os óbitos por covid-19. Quando olhamos para os cuidados intensivos, podemos atingir um número máximo de 700 camas ocupadas, com uma taxa de ocupação de 60% só com covid, o que significa que as pessoas com outras doenças poderão ver a sua situação dificultada no acesso aos cuidados de saúde”, afirmou.
O vice-Presidente do grupo parlamentar do PSD, que falava à saída da reunião com especialistas no Infarmed, esta terça-feira, considera que o Governo “falhou na preparação do inverno e no aliviar das medidas do Natal”. “Não podemos continuar a combater uma pandemia em 2021 com as receitas de 2020. O PSD está do lado das soluções, procurando apoiar o estado de emergência, mas apelamos a que se faça mais”, frisou.
Ricardo Baptista Leite recorda que o Conselho Estratégico Nacional do PSD apresentou, dia 11 de novembro, um conjunto de medidas que propõem “uma mudança radical na abordagem à covid-19”, como a testagem massiva, proativa e sistemática da população para SARS-CoV-2 e o isolamento das pessoas com infeção e os seus contactos. “Se não mudarmos de estratégia, rapidamente, depois deste confinamento, ao levantar as medidas restritivas, voltamos a ter um risco de aumento de casos”, assinalou.
O deputado do PSD sublinha que, no caso dos cuidados intensivos, “os profissionais estão absolutamente esgotados”, “não se inventam”, pelo que não adianta estar a “confinar e desconfinar, destruindo o nosso tecido económico, com impactos sociais para todos”.
Ricardo Baptista Leite defende uma “maior capacidade de intervenção do Governo”, mas continuar a “ignorar um conjunto de avisos, de especialistas e do PSD vai custar vidas”. “A situação está descontrolada. [Os especialistas] Só conhecem a ligação epidemiológica em 13% dos casos. Em 87% dos casos não sabe onde é que as pessoas foram infetadas. Temos de garantir que a pandemia não se volta a descontrolar”, reiterou.
Sobre o plano de vacinação, o vice-Presidente do grupo parlamentar do PSD avisa que “aquilo que o preocupa” é saber se “estamos a vacinar as pessoas certas na ordem certa para garantir o maior impacto possível”. “Se há uma escassez de vacinas, a ordem pela qual vacinamos significa que podemos ter uma maior ou menor mortalidade resultante dessa vacinação. Países como a Holanda e a Alemanha criaram modelos matemáticos para calcular como extraímos uma maior capacidade dessas vacinas”, explicou.
Rui Rio participou na reunião por videoconferência, na qualidade de conselheiro de Estado.