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O PSD atribuiu ao Governo e à Câmara de Odemira a responsabilidade pela situação dos trabalhadores migrantes daquele concelho do distrito de Beja, lembrando que “desde 2019” o partido tem feito vários alertas sobre o problema. Falta de ação e falta de competência, acusam os social-democratas.
“Temos um problema grave de incompetência. Isto era uma desgraça anunciada há muito tempo. Se as pessoas tiverem o trabalho de ver todas as ações que foram feitas no parlamento e na assembleia municipal percebem que é um tema que tem estado na agenda há muito tempo”, afirmou Filipa Roseta esta quarta-feira, após uma reunião com empresários ligados aos setores agrícola e do turismo, em Vila Nova de Milfontes (Odemira), para avaliar a situação em que se encontra o concelho, e na qual participaram também o líder parlamentar social-democrata, Adão Silva, o vice-presidente Afonso Oliveira e os deputados João Marques e Nuno Carvalho.
Para a deputada social-democrata, o “principal problema, objetivamente, é a falta de ação do Governo e da Câmara Municipal, que andam a pôr pessoas contra pessoas, agricultores contra o turismo, todos contra todos, para esconder a sua própria incompetência”.
Os social-democratas defendem que “há incapacidade de ação e a única resposta do Governo é atirar as culpas para cima dos agricultores e dos empresários da região”. Ao presidente da Câmara de Odemira, Filipa Roseta critica a inexistência da Estratégia Local de Habitação, numa altura em que “quase todos os concelhos do país já concluíram” esse trabalho.
“Um presidente da Câmara que nem sequer fez o diagnóstico da situação habitacional, que o Estado até tem financiamento para pagar às câmaras, não tem o direito de lançar suspeitas sobre toda a gente, menos ele próprio que não fez nada desde o princípio até agora”, afirmou.
Como resposta ao problema, o PSD defende uma “solução integrada” para o território. “O que falta aqui é boa gestão territorial que consiga arranjar uma solução integrada para compatibilizar ambiente, turismo e toda a atividade económica, agricultura fundamentalmente”, apontou Filipa Roseta. “Não é impossível, estamos no maior concelho do país, há lugar para todos, para a agricultura e turismo e há lugar para termos uma costa vicentina ambientalmente sustentável”, acrescentou.
Segundo os social-democratas, isso passa pelo “reforço dos serviços públicos” e a criação de “um plano urbanístico”. “Deviam ter reforçado os serviços públicos, a saúde, escolas, finanças, e aí é falha completa do Governo, e deviam ter feito um plano urbanístico para ver como é que esta população ia voltar a crescer para valores que já tinha tido”, concluiu Filipa Roseta.