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Duarte Pacheco, deputado do PSD, considera que continua por esclarecer o desconhecimento do Primeiro-Ministro na transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco. Para o deputado do PSD, o ministro das Finanças deve dar explicações na audição prevista para esta quarta-feira.
“Parece que o senhor ministro das Finanças continua de bom humor, porque dizer que a não informação ao senhor Primeiro-Ministro de que tinha de fazer uma transferência de 850 milhões de euros para o fundo de resolução, que tinha um prazo marcado para o fazer, como se isso fosse um valor insignificante, e dizer que existiu uma simples falha de informação, algo não vai bem”, apontou.
O deputado social-democrata admite que “cada Primeiro-Ministro tem a sua forma própria de exercer autoridade”, mas este caso mostra que “algo não vai bem no funcionamento do Estado português”, isto depois de Mário Centeno ter admitido esta terça-feira, em entrevista à TSF, uma falha de comunicação entre o seu gabinete e o Primeiro-Ministro quanto à injeção de capital no Novo Banco.
O coordenador do PSD na Comissão de Orçamento, Finanças interroga se o valor em causa “sai dos cofres públicos sem o Primeiro-ministro ter consciência disto, enganando, porventura sem dolo, o parlamento e o país?” “Algo não vai bem e essa relação decerto que exige que o Primeiro-Ministro exerça a sua autoridade”, enfatizou.
Duarte Pacheco salienta que “alguém deve ser chamado à pedra quando existem este tipo de falhas de informação”, acrescentando que Mário Centeno afirmou que “não pediu sequer desculpas ao Primeiro-Ministro”. “Outros ministros no passado foram afastados por omissões bem menos graves do que estas, mas cada Primeiro-Ministro tem a sua forma própria de exercer a sua autoridade”, disse.
O deputado do PSD frisa ainda que, como afirmou o ministro das Finanças, a transferência para o Fundo de Resolução “já estava prevista há muito tempo e até tinha prazo limite”. “Ou essa data foi ocultada ao Primeiro-Ministro e é grave, ou a informação foi transmitida há muito tempo ao Primeiro-Ministro e ele teve um esquecimento, e se teve esse esquecimento, até pode ser compreensível dada a gravidade da situação do país, mas deve ser assumido”, referiu.