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O PSD reiterou esta terça-feira que o ministro da Administração Interna faltou à verdade quando disse no Parlamento que tinha sido aberto um inquérito no dia imediatamente a seguir à morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, que se encontrava à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no Aeroporto de Lisboa, quando esse inquérito só foi aberto dezassete dias depois. E apontou o primeiro-ministro como o “grande responsável” por tudo o que se está a passar em torno deste caso.
Numa audição requerida pelo PSD, o vice-presidente da bancada social-democrata Carlos Peixoto acusou o governante de estar a tentar “normalizar” o sucedido e confrontou-o com uma sucessão de episódios, desde o “ridículo botão de pânico” mandado instalar em salas do SEF, passando pela “triste postura do Governo que nem sequer pagou a trasladação” da vítima para a Ucrânia, e terminando na “anedótica vitimização” do ministro Eduardo Cabrita, “vangloriando-se de ser o único português atento a este caso”.
Pegando nas palavras do ministro, o deputado social democrata referiu que este caso “não é um murro no seu estômago, mas um murro na sua credibilidade e, mais do que isso, na respeitabilidade do país”.
Carlos Peixoto disse ainda que o ministro "podia ter sido humilde e ter mostrado que lidou mal com esta morte, mas aquilo que fez foi procurar lidar com o seu custo eleitoral e o resultado foi desastroso”.
Relativamente à anunciada reestruturação do SEF, o deputado social-democrata acusou o Governo de “manobra de diversão” para “salvar a face” do ministro e “apagar tudo o que estava para trás”. Carlos Peixoto referiu-se ainda à demissão da diretora nacional do SEF, “a quinta diretora em cinco anos”. “Veja-se a estabilidade que o sr. Ministro confere a uma força de segurança nas chefias”, ironizou.
“O Sr. Ministro não se demitiu. O primeiro-ministro não quis demiti-lo. Quis salvar um amigo, e sacrificou o país. O sr. Ministro vai porventura arrastar-se neste cargo mas vai fazê-lo como um ‘zombie’ político e isso é o que Portugal menos precisa”, concluiu Carlos Peixoto.