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O PSD confrontou a ministra da Saúde, esta sexta-feira, sobre as razões que levaram o Governo a excluir os farmacêuticos e as farmácias comunitárias do processo de vacinação contra a covid-19. Numa audição na Comissão Eventual para o acompanhamento da pandemia, Ricardo Baptista Leite questionou a governante sobre qual é a diferença entre a vacinação da gripe e a vacinação contra a covid-19, uma vez que ambas são atos de saúde, mas só no primeiro caso o Governo determinou que as farmácias podem vacinar. Perante a resposta da ministra da Saúde, de que se optou por um modelo diferente, o vice-presidente da bancada social-democrata concluiu que “ficou claro” que não incluir as farmácias neste processo “foi uma decisão do Governo”. Ou seja, uma opção meramente política e não técnica.
Ainda sobre o plano de vacinação contra a covid, Ricardo Baptista Leite questionou a governante sobre quando é que o Governo perspetiva que a imunidade de grupo atinja os 70% da população, uma vez que se prevê que em abril de 2021 esteja apenas vacinada 7% da população. A ministra foi ainda questionada sobre que modelos científicos e matemáticos foram usados para a definição dos grupos prioritários.
Sobre a vacinação da gripe, que correu mal apesar das promessas do Governo de que haveria vacina para todos os que a procurassem, o deputado social-democrata quis saber se o Governo já iniciou as negociações para a compra da vacina para a próxima época de 2021-2022, à semelhança de outros países, para que os problemas deste ano não se repitam.
Outra questão colocada à ministra da Saúde prendeu-se com os milhares de doentes com doenças incapacitantes, como cancro, “que não têm acesso aos apoios sociais a que teriam direito porque não têm acesso às juntas médicas e, portanto, aos atestados multiusos”. “Quando vão resolver o problema das juntas médicas que estão suspensas desde o início da pandemia?”, perguntou Ricardo Baptista Leite, lembrando relatos sobre cidadãos que morreram à espera desses apoios.