Notícias relacionadas
“Tem sido um Ministro ausente, fugidio, que aparece a público com intermitências para fazer mais uns quantos anúncios, umas quantas promessas, para desfiar uma narrativa oca, sem rumo e sem estratégia”, afirmou hoje Luís Leite Ramos, referindo-se ao Ministro da Educação, acrescentando que “sobre aquilo que realmente importa em matéria de educação, o Senhor Ministro mantém um silêncio ensurdecedor. E quando as coisas não correm bem, desaparece e envia o Senhor Secretário de Estado que tem desempenhado as funções de Ministro substituto!”
Em jeito de balanço, o deputado social-democrata chamou a atenção para o facto de o Governo ter desfeito “praticamente todas as reformas que encontrou, retirou o foco do ensino das ciências e da matemática, acabou com as metas curriculares, acabou com os exames e sacralizou o facilitismo. O resultado está à vista”, referindo-se ao TIMSS 2019, um estudo sobre o desempenho escolar dos alunos portugueses que confirma, como já tinha acontecido com o PISA 2018, “o que mais receávamos: os resultados regrediram 7 posições face ao obtido em 2015. Depois de um crescimento sustentado cujo topo foi o 13º lugar em 2015, os alunos portugueses caíram para a 20ª posição em 2019”.
“Esta é a prova do rotundo falhanço da sua política. O estado a que os senhores conduziram as escolas e o sistema educativo é lamentável. Mas mais lamentável é o facto de não o reconhecerem, de insistirem no passa-culpas permanente para o passado. Ao fim de cinco anos de governação continuarem a culpar o governo anterior pelo vosso mau desempenho, já não se trata de desonestidade intelectual, é um caso agudo de irresponsabilidade política”, defendeu.
Na realidade, “este governo não investe na escola. Este governo prejudica a escola. Este Governo não valoriza nem credibiliza os Professores. Não acredita nem se preocupa com os alunos. Este governo não investe na exigência, na qualidade, nos resultados. Este governo não garante uma efetiva igualdade de oportunidades aos mais frágeis e com menos posses, nem quer colocar a escola pública ao serviço do combate às desigualdades sociais”.
Por isso, “este governo continua a hipotecar o futuro dos nossos jovens e assim a comprometer o futuro de Portugal”.
Tiago Brandão Rodrigues esteve hoje no Parlamento devido ao debate de urgência sobre Educação marcado pelo PSD, debate esse que teve como propósito “obter do Senhor Ministro da Educação e do governo as respostas que este parlamento e o país reclamam sobre a situação e o balanço deste primeiro trimestre de um ano letivo atípico e difícil”.
Afinal, tal como relembrou o vice-presidente da bancada laranja, findo o primeiro período letivo ainda não se sabe “o balanço que o governo faz deste primeiro trimestre e quais são os seus planos para resolver os inúmeros problemas com que se debatem as escolas, para mitigar os seus impactos nos processos de aprendizagem, para impedir que se aprofundem ainda mais as desigualdades, garantindo que ninguém fica para trás”. Luís Leite Ramos acusou ainda o Ministro de não ter dado resposta às dezenas de perguntas que o grupo parlamentar do PSD foi submetendo nos últimos tempos.