Rui Rio acusa o Governo de ceder às pretensões de BE e PCP, estando a preparar o Orçamento do Estado para 2022 que irá trazer “um aumento brutal de impostos” sobre as poupanças e para todos os portugueses que têm casas no mercado de arrendamento. Em causa está a negociação entre o Executivo e os partidos da esquerda do englobamento obrigatório de rendimentos no IRS, o que irá traduzir-se num agravamento fiscal para milhares de proprietários.
“Se o PS e o Governo cederem a isso estamos a dar mais um passo totalmente errado no sentido que a economia precisa”, afirmou Rui Rio.
Na Póvoa de Varzim, esta terça-feira, Rui Rio caracteriza de “extrema gravidade” esta solução da esquerda, pelo que o PSD irá apresentará uma proposta em sentido contrário em sede orçamental. “O Orçamento entrando, e se isso estiver lá, não tenha dúvida. É estruturante no nosso discurso em termos de política económica em Portugal, temos de incentivar a poupança e não o consumo”, defendeu, dizendo que, “se fosse primeiro-ministro”, tentaria baixar as taxas liberatórias – que se aplicam a quem recebe rendas ou às poupanças bancárias, por exemplo - para o mínimo valor possível.
Rui Rio fez questão de explicar que, se avançar o englobamento obrigatório de rendimentos, passará a aplicar-se às poupanças e às rendas recebidas pelos proprietários “aquela que for a sua taxa de IRS”. “Quer isto dizer que, se acabarem as taxas liberatórias, as pessoas que têm casas arrendadas vão ter um aumento de imposto brutal (…), a mesma coisa para quem tiver títulos de poupança”, assinalou.
Para o Presidente do PSD, num país em que a taxa de poupança já é “muito baixa” e devendo ser esse o motor do investimento, “o Governo está a ir no sentido rigorosamente contrário ao que deve ser feito”. “Na prática, o Governo diz que não vale a pena poupar porque vamos taxar mais fortemente a poupança. “Temos de incentivar a poupança e o consumo”, salientou.
Rui Rio alerta que, no seu programa, o PS já tinha “umas linhas” sobre o tema, mas “na prática” nunca aceitou o englobamento obrigatório, temendo que desta vez a medida avance. “Como nós sabemos, o Governo faz o braço de ferro, mas depois na hora cede para que o orçamento seja aprovado”, antevê.
Questionado sobre o sentido de voto em relação ao Orçamento, Rui Rio diz que neste momento o PSD não tem uma posição definida, porque ainda não existe Orçamento, mas garante que “se a lógica for de montar um orçamento do Governo PS com fortíssima influência do PCP e do BE”, o PSD irá opor-se. “A lógica do BE e PCP é penalizarem o capital”, frisou.
Sobre as autárquicas, Rui Rio, acompanhado pelo presidente da Câmara e recandidato Aires Pereira, sublinha o trabalho do PSD na Póvoa de Varzim, “um concelho onde claramente o PSD tem maioria e trabalho desenvolvido há muitos anos, mas nada está ganho por antecipação”, porque “é preciso as pessoas votarem”.