PSD critica “desvalorização”, “incompetência” e “insensibilidade” da ministra do Trabalho

16 de agosto de 2020
PSD

O PSD considera “inadmissível” a tentativa de “desvalorização dos acontecimentos verificados em Reguengos de Monsaraz por parte da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social”. “Em primeiro lugar, ao Governo do Partido Socialista. A tentativa de desvalorização dos acontecimentos verificados em Reguengos de Monsaraz por parte da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social em recente entrevista ao semanário ‘Expresso’, é inadmissível”, afirma o PSD, em comunicado.
O PSD, que “tem acompanhado com a maior preocupação a situação verificada em Reguengos de Monsaraz, especialmente o drama vivido pelos utentes, familiares e funcionários do Lar de Idosos da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão da Silva”, critica a “incompetência” e “a insensibilidade” da governante perante o caso. “O problema não está em saber se a ministra leu ou não leu o relatório de auditoria da Ordem dos Médicos. O que se deve perguntar é se Ana Mendes Godinho sabia ou não sabia do que se estava a passar no Lar de Reguengos de Monsaraz. Estamos em crer que sabia, pelo que importa apurar quais as medidas que terá tomado para resolver o problema entretanto criado. Se sabia e não tomou as medidas adequadas, estamos perante um caso evidente de incompetência e de insensibilidade perante a morte de 18 portugueses. Se não sabia ou ignorou deliberadamente a situação, então o caso afigura-se bem mais grave, colocando ao Primeiro-Ministro a responsabilidade de manter no Governo alguém que não está capacitada para o lugar.
O PSD lembra que “os 18 falecidos não são redutíveis a percentagens”. “São pessoas, não são números. Tornam-se, assim, inaceitáveis os argumentos da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social”, afirma.
Para o PSD, “cabe à justiça o apuramento das responsabilidades criminais, mas cabe aos partidos políticos e especialmente ao PSD, como maior partido da oposição, o apuramento das responsabilidades políticas que os diferentes atores em presença terão que assumir”. Mas há também responsabilidades políticas ao nível municipal e distrital a apurar. “O facto de a presidência da administração da Fundação proprietária do Lar coincidir com a Presidência da Câmara Municipal revela a promiscuidade política que domina as relações institucionais naquele município do Alentejo. Mas, mais grave é a teia de relações partidárias que se estabelece com a Administração Regional de Saúde e o Centro Distrital da Segurança Social. A ocupação generalizada das estruturas da administração local e regional por parte do Partido Socialista é uma prática que atinge no Alentejo uma dimensão insuportável. Ora, era a este nível que o problema deveria ter sido atalhado em primeiro lugar e não o foi”, aponta o PSD.
O PSD censura, por isso, “a imagem da máquina socialista” que só funciona para benefício dos seus e que emperra sempre que se trata de acudir aos mais desfavorecidos”.
Na sequência de um relatório elaborado pela Ordem dos Médicos, o Ministério Público decidiu abrir um inquérito para apurar potenciais ilícitos criminais no lar.
Esta segunda-feira, o PSD vai chamar as ministras da Segurança Social e da Saúde ao Parlamento, para Ana Mendes Godinho explicar a situação num lar de Reguengos de Monsaraz, e Marta Temido falar sobre o plano de combate à covd-19.