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Carlos Peixoto afirma que num país do norte da Europa, num país com uma cultura de rigor e uma verdadeira noção dos valores, Fernando Mediana “não teria a menor hipótese de ser recandidato à Câmara de Lisboa”. Na audição do Presidente da Câmara de Lisboa no Parlamento sobre envio de dados de manifestantes para a Rússia, o Vice-Presidente da bancada do PSD lamentou que por cá uma questão desta gravidade se resolva com o anúncio de uma auditoria, ainda por cima incompleta, e com “uma anedótica demissão de um funcionário a quem, dias antes, a Câmara renovou o contrato.”
Para o social-democrata, esta atuação de Fernando Medina “revela um enorme desnorte” e um comportamento “errático” de “uma das principais figuras do PS”, adiantando o deputado que dizer que “não sabia” é “politicamente infantil”.
Carlos Peixoto afirmou, de seguida, que o envio de dados de manifestantes a países como a Rússia, China, Irão, Nigéria, Angola, Arábia Saudita colocou “Portugal ao nível do terceiro mundo.” “São países que propugnam pela pena de morte e países que não têm nenhum prurido em sinalizar inimigos para os maltratar e que têm como marca de água traços antidemocráticos e de desrespeito pelos direitos humanos”, alertou o deputado.
A terminar, o deputado questionou a Fernando Medina quando teve conhecimento desta prática e pediu para que seja tornado público o despacho que António Costa fez em 2013 para que os dados só fossem enviados à PSP e ao Ministério da Administração Interna. “Porque é que neste tempo todo não cumpriu? Foi uma gestão demasiado despreocupada”, rematou o social-democrata.